Quando mudamos de vida, de que é que temos saudades? Das pessoas, do reboliço, da confusão, da depressão?? Pensando bem, agora que mudei de vida, não tenho saudades de nada, percebi é que enquanto achava que não iria conseguir mudar de vida, porque iria sentir saudades de montes de coisas...nessa altura já tinha saudades. Saudades de quê? Perguntam vocês. Saudades de mim. Porque com tanto atropelo à minha pessoa porque passei, fui-me perdendo...aos poucos. Fui deixando de ser eu, para ser alguém institucionalizado, não queria nada disso, queria ser eu, poder mostrar quem eu sou e o que sou. Mas quando se vive tanto tempo com tanto atropelo nem nos apercebemos que isso está a acontecer. Muita coisa mudou, muita coisa se revelou...
O que mudou? Essencialmente, mudei eu, para melhor! Mudei por mim, para mim e aqueles que se identificaram comigo, juntaram-se a mim.
Ganhei coisas e perdi coisas! Mas fazendo o balanço, ganhei muito mais do que aquilo que perdi, porque na realidade, nada temos de nosso, a não ser nós mesmos, verdade? E mesmo aquelas pessoas que julgamos amigas, também não são nossas, a única coisa que podemos pedir e se tivermos sorte encontramos, é pessoas que se identifiquem connosco e nós com elas e assim se gera uma amizade, sem amarras, sem exigências, pura e delicada como uma flor do jardim, mas não deixando de ser verdadeira, porque tive a felicidade de perceber que a verdadeira amizade e os verdadeiros amigos, são aqueles que mesmo durante as batalhas mais duras e difíceis estão do nosso lado para o que der e vier. Que se apresentam e aparecem, vindos não se sabe bem de onde, porque parece que andaram escondidos durante uns tempos e é como se as pedras no nosso caminho desaparecessem e dessem lugar a esses seres maravilhosos, que nos mostram que a amizade tem muitas facetas e uma delas é por vezes ficar escondido, bem no escuro, para nos vir mostrar a luz e dar a mão para percorrer o caminho ao nosso lado. Esses amigos quero para mim e para sempre.
O que se revelou, ora bem revelaram-se pessoas, umas pelo melhor e outras pelo pior. Fico triste por essas pessoas que se revelaram pelo pior?? Fico, mas não é por mim, é por elas, porque ainda não sabem quem são e andam perdidas como eu andei, estão institucionalizadas de tal forma que, também elas, estão perdidas sem saber muito bem o que são, nem quem são. É pena, mas por vezes as pessoas precisam de bater com a cabeça na parede para aprenderem a crescer e a evoluir, para serem melhores. Pena tenho dessas pessoas por acharem que podem atropelar os outros e que ninguém repara, mais cedo ou mais tarde as pessoas percebem e depois, essas que andaram a atropelar, são atropeladas, a felicidade nunca pode ser plena quando para nos sentirmos felizes temos de atropelar os outros, essa não é a verdadeira felicidade. Não é por acharmos ou por fazermos por mostrar que somos mais que os outros que somos felizes. Somos felizes quando não precisamos de nada disso para termos a felicidade plena. Felicidade é receber uma mensagem que estávamos à espera com notícias boas, essa sim, é a verdadeira felicidade! Adorei a mensagem que recebi agora, que vem provar aquilo que estava para aqui a escrever, mesmo distante a amizade sempre está lá!
Estava a acabar de escrever isto e deparei-me com a seguinte expressão, tão verdadeira:
when life is low,
a friend is a place
when you have
nowhere to go,
a friend is honest,
a friend is true.
A friend is precious
and that
my friend is you!"
Dedicado a todos vocês.
P.S. A música é para ti (fui desencantar ao baú)!