Olá Pai,
Escrevo-te esta carta 9 meses depois de teres deixado este plano físico, sei que conforme escrevo estas palavras estás aqui ao bem do meu lado a ler.
Se sinto saudades tuas? Sinto, sabes que sim! Se conversamos muito? Sim, sabes que sim também!
Sabes de que sinto mais saudades? De te ouvir a sorrir. Mas até nisso tenho sorte pois quando falo com o meu mano e ele sorri, parece que estás ali naquele instante, ele tem o mesmo sorriso que tu, além de outras características que tem, que me lembram muito de ti.
A minha mana herdou de ti a parte reivindicadora, a parte rebelde e nela também vejo um bocadinho de ti, o que me faz sorrir o coração, pois quem amou e foi amado, não morre nunca, enquanto estiver presente nos pensamentos e nas memórias das pessoas que tocou. E tu tocaste tantas pessoas, ajudaste tantas pessoas, que hoje decidi ajudar algumas, da forma que melhor sei.
Sinto saudades das nossas conversas físicas, mas gosto muito destas nossas novas conversas.
As saudades são de amor, não são de perda, pois na realidade não te perdi, aliás ninguém te perdeu, só não temos a tua companhia física e não podemos pegar no telefone para ligar e ouvir a tua voz do outro lado.
As lembranças chegam de mansinho e fazem-me pensar em ti, ainda tenho aquela fotografia que me deste de presente de aniversário com um trevo de quatro folhas atrás, para me dar sorte, sabias a facilidade em fazer sorrir o meu coração com presentes que significavam tanto para mim.
Na tua simplicidade de ser, ensinaste-me que todas as pessoas têm o seu valor, ensinaste-me a dar valor a tudo, mas também me ensinaste a lutar por aquilo que queria e a ter forças para continuar a andar por muito difícil que o caminho pudesse parecer. Aprendi a ser paciente e a dar valor às pequenas coisas da vida.
Sei que estás em casa, somente deixaste o teu corpo físico para trás, pois a tua Alma está bem viva.
Um dia vamos encontrar-nos de novo...em casa :)
O tempo passa rápido e devemos aproveitar a vida o melhor que pudermos a cada instante, devemos dar valor a todas as coisas que temos, por pequenas que possam parecer, pois essas coisas pequenas todas juntas fazem a nossa vida, fazem com que estejamos vivos.
Amo-te Pai!
Um beijinho (não grande, pois sempre disseste que te fazia imensa confusão quando as pessoas diziam um beijinho grande, pois ou é beijinho ou é grande) e um Até Já :)
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